Análise da Ciclovia da EPTG
por Bicicentro Comunitário e Movimento Nossa Brasília
Principais problemas:
- A ciclovia não conecta o Plano Piloto à Taguatinga. Ela tem início na Octogonal e termina na EPCL (Pistão).
- Não há travessias sobre o Pistão para que o ciclista chegue em Taguatinga.
- Do lado da Octogonal o trajeto até a EPTG é um tanto perigoso, principalmente de noite, devido à ausência de iluminação pública.
O DER justifica que a ciclovia se conecta com as ciclovias previstas para o pistão sul e norte, mas não diz quando elas serão implantadas. Também diz que há a previsão do túnel na Avenida Central de Taguatinga, porém o projeto ainda esta em análise por diversas secretarias do GDF e não tem previsão concreta de ser construído.
- Não haverá iluminação pública. Em diversos trechos a ciclovia passa em locais sem nada próximo que possa possibilitar alguma segurança aos ciclistas e principalmente às mulheres ciclistas.
O DER disse que a responsabilidade da iluminação é da CEB. Os mais de 400 km de ciclovias construídos no plano piloto desde 2011 não possuem iluminação em nenhum trecho. Além disso, a instalação de iluminação demanda novas obras para instalar postes e fiação que poderiam ter sido incluídas já na obra de construção.
- Em quase 50% do trajeto a ciclovia esta presente no canteiro central da EPTG, mas quando ela passa pelos pontos de ônibus ela é interrompida. Com isso, o ciclista deverá ir para a rua, no local de parada do ônibus para embarque e desembarque, ou passar no meio dos pedestres que estarão aguardando os ônibus.
O DER justifica que a SEMOB solicitou que as ciclovias sejam interrompidas nesse trecho e diz que os ciclistas deverão transitar pelo espaço entre as paradas de ônibus. Porém, o projeto não prevê que estes locais sejam ao menos concretados, e em alguns pontos de ônibus não existe este espaço.
- Hoje existem várias estradas de terra não oficiais que são utilizadas por automóveis e até caminhões para acessar lotes próximos à EPTG. A ciclovia vai passar por vários destes locais onde o tráfego de veículos, principalmente os pesados irão danificar as ciclovias.
O DER não prevê nenhuma solução para impedir que estes veículos parem de transitar nestas estradas não oficiais e nem quem fará a manutenção caso a ciclovia seja destruída.
- Fica claro que o projeto não pensou na realidade do local onde a ciclovia será implantada, pois outras rotas e infraestruturas poderiam ser implantadas para garantir a segurança e o conforto dos ciclistas e a integridade da própria ciclovia.
- O projeto é tão falho que até mesmo a sinalização que será implantada não segue um padrão em todos os locais onde ela seria necessária.
- Vários problemas pontuais poderiam ter sido resolvidos ou amenizados se um estudo mais detalhado do local tivesse sido realizado. Muitos desses problemas foram simplesmente ignorados, deixando alguns trechos sem ciclovia ou travessias.
- Alguns problemas o DER afirma que serão solucionados por projetos futuros, mas não informa quando eles serão implantados. Conhecendo a realidade do DF e do GDF é de se esperar que décadas sejam necessárias para que todos os projetos que dialogam com a ciclovia sejam implantados.
- Parece que pensaram em como incluir a ciclovia no local sem pensar que por alí vão circular pessoas, não apenas bicicletas.
Em todo o trajeto a ciclovia é bidirecional, com 2,5 metros de largura
1,25 em cada sentido
O espaço partilhado, ou ciclovia partilhada tem 4 metros de largura.
1,25m para cada sentido da ciclovia e 1,5m para a calçada
Detalhe acesso Águas Claras e Colônia Agrícola Samambaia
Mapa unindo todas as pranchas do projeto de sinalização – clique para download
Todos os documentos da licitação – link para site DER
O DER já poderia abraços abrir proposta de licitação para iluminação e esses problemas que já mostra que serão conflitos.
Se aguardar ficar pronto será outra novela
A ciclovia saiu do papel após muitos anos de promessa, mas é triste ver que os problemas continuam. Fiz o trajeto na semana passada desde a EPIG até a EPTG, na altura da EPVP. Além da falta de continuidade e da necessidade de fazer ziguezagues pelas passarelas, o excesso de velocidade dos motoristas, a escuridão e a falta de pontos de travessia dificultam bastante.
Fiz esse vídeo do ponto crítico no acesso a Águas Claras. Pelo projeto era para ter ponto de travessia. Mas ficou só no papel. Eis o link:
https://youtu.be/-6oHO3zFeFU
Travessia de alto risco (EPTG): acesso para Águas Claras